Foi realizada na manhã do dia 13 de agosto de 2021, no Edifício Sede do MAPA em Brasília, reunião especial entre a APROCOCO BRASIL, representada pela produtora e a enviada especial da Presidência da Associação, a Sra Rita Granjeiro; e o MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, representada pela Exma Sra Ministra da Agricultura Tereza Cristina. A reunião contou ainda com a presença do Exmo Deputado Federal Danilo Forte (PSB-CE) e da Prefeita da Cidade de Paraipaba, a Exma Sra. Ariana Aquino. O propósito da reunião foi tratar da elegibilidade da cocoicultura solteira ao Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono).
Estudos realizados pela EMBRAPA Tabuleiros Costeiros e Universidade Federal da Paraíba em conjunto com outras instituições, demonstram que a cocoicultura solteira (não consorciada) tem potencial para elegibilidade ao programa ABC do MAPA. A seguir são apresentados os benefícios da obtenção de tal qualificação.
1º Fator – Mercadológico
Os produtos alimentícios derivados do fruto do coco são produtos qualificados como alimentos funcionais com propriedades nutricionais que melhoram aspectos da saúde humana. Ao se vincular a característica de que estes produtos vêm de plantios qualificados como sistema de produção de baixo carbono, ganham valor de mercado, principalmente no mercado de exportação. Ao aliar produção qualificada como ABC, sistema de produção norteado por leis ambientais e trabalhistas justas e rígidas, tais produtos, alcançam uma condição de alto potencial de comercialização em países da Europa e EUA.
Segundo o Caderno Setorial do Banco do Nordeste de 2020, no Brasil, em termos de volume, o mercado de água de coco embalada no Brasil foi avaliado em 182,52 milhões de litros em 2019 e deve chegar a 637,82 milhões de litros até 2025, crescendo 23,19% a.a. no neste período. O mercado de água de coco envazada no Brasil em 2019 foi avaliado em US$ 740,75 milhões (R$ 3,8 bilhões). Em termos de exportações, há potencial para triplicar este valor num horizonte de até 10 anos.
2º Fator – Financiamento da Produção
Segundo o IBGE, nos últimos oito anos, o Brasil perdeu cerca de 60 mil hectares de plantios de coco para outras culturas devido a vários fatores ligados à competição desleal com produtos derivados do coco importados, dito similares em qualidade, o que não é verdade. Agora que o setor vislumbra uma recuperação com a nova IN 09 de 30 de janeiro de 2020 publicada pelo MAPA para a água de coco, o elevado custo de implantação de novos pomares é um gargalo para o aumento da produção, situação piorada com tempo de carência de no máximo 3 anos para pagar o financiamento, sendo que o coqueiro só apresenta produção plena 5 anos após plantio.
Para viabilizar a implantação e renovação de pomares, é imperativo a adequação do financiamento ao ciclo da cultura. Estando a cocoicultura solteira qualificada ao programa ABC, este gargalo é eliminado, passando a viabilizar a implantação de novos plantios. Segundo estudos, o reflorestamento com coqueiros (cultura perene e que nunca será destinada ao mercado de carvão), por exemplo, pode ser utilizado como mecanismo do desenvolvimento limpo em projetos destinados ao mercado de carbono, visto que propicia o estoque de pelo menos 22.648 kg de carbono por hectare, na biomassa aérea. Além disso, os resultados são ainda melhores quando se considera o consórcio lavoura-pecuária.
Com base nestes e em outros dados, a Exma. Sra. Ministra Tereza Cristina, fez declaração de que este tema é relevante e que o MAPA irá trabalhar para que este pleito se torne uma realidade para a cocoicultura brasileira. Para a APROCOCO BRASIL, caso o MAPA oficialize a elegibilidade, certamente a Ministra Tereza Cristina entrará para os anais da cocoicultura brasileira. O desafio aceito por ela para instituir a IN 09 de 30 de janeiro de 2020 que estabelece padrões de identidade e qualidade para a água de coco, foi um marco para a cocoicultura porque estabelece condições para a produção de uma água de coco com qualidade e com informações que ajudam ao consumidor a fazer a melhor escolha.
Fonte: ASCOM Aprococo Brasil