Em ambiente virtual, foi realizada na noite de 26/04/2021 a terceira de uma série de encontros organizados com o objetivo de analisar o cenário político, social e econômico do Brasil e os desafios para a retomada do caminho do desenvolvimento, principalmente no pós-pandemia.
O Encontro proposto pelo Deputado Federal Jerônimo Goergen contou com a articulação e apoio do Sócio Diretor Institucional da XP Investimentos, Rafael Furlanetti que reuniu Paulo Leme, Chairman do Comitê Global de Alocação da XP, ex-Presidente do Goldman Sachs Brasil; Jorge Rachid, Consultor Tributário XP Inc, Ex-secretário da Receita Federal; Caio Megale, Economista-Chefe da XP Investimentos e Fernando Genta, Economista-Chefe da XP Asset Management.
O Encontro contou com a presença de alguns parlamentares e representantes setoriais de importantes cadeias produtivas como a ABIMAQ, ABRAFRIGO e APROCOCO. Representando a APROCOCO participou o Presidente Reinaldo Ribeiro.
Temas relevantes foram analisados tendo como o principal deles a importância do controle das contas públicas. Neste aspecto, a adoção no Brasil de um plano tipo o “Plano Biden”, seria um suicídio econômico, visto que mesmo para os EUA tal plano representa um risco, conforme afirmou Paulo Leme. Desde 2011 o Brasil vem financiando os sucessivos déficits através da venda de títulos públicos que precisam ser pagos em algum momento. Toda a economia projetada pela reforma da previdência num prazo de 10 anos, foi consumido em apenas um ano com a pandemia. Logo, temos uma situação muito delicada.
Sobre a Reforma Tributária, Jorge Rachid pontuou que as propostas de PEC que estão hoje no Congresso apresentam prazos de transição longos permitindo que os antigos e novos sistemas de tributação coexistam por muito tempo gerando um acúmulo de processos judiciais numa escala difícil de lidar. Para Rachid uma boa saída seria utilizar de medidas infraconstitucionais que já ajudariam a criar um melhor ambiente de negócios do ponto de vista tributário.
Para os especialistas, o melhor cenário para este ano seria se o mundo político não gerasse qualquer fator de desestabilização, num bom português, se não fizer nada é a melhor atitude a seguir. Para 2022 se o segundo turno tiver um cenário bem polarizado ideologicamente, o dólar certamente ultrapassará a casa dos R$ 6,00 devido ao grau de incerteza percebido pelo mercado.
A combinação de “política” com “vacinação” pode gerar quatro cenários. Vamos então pontuar o pior e o melhor: Vacinação Acelerada com Alinhamento do Governo Federal e Congresso, teremos um cenário econômico mais positivo e o cambio poderá chegar a R$ 5,00 ou pouco abaixo. Vacinação Lenta com Desalinhamento do Governo Federal e Congresso, teremos um cenário bem difícil, com dólar ultrapassando possivelmente a casa dos R$ 6,00.
Para o Presidente da APROCOCO, Reinaldo Ribeiro, o evento foi bastante produtivo, porém, contou com uma presença tímida de Parlamentares. Em sua visão, é importante que mais representantes do povo possam participar destes debates para que as decisões do Congresso possam ser baseadas num profundo entendimento das dinâmicas de mercado e dos fundamentos macro e microeconômicos. Além disso, é preciso que os diversos setores de diferentes cadeias produtivas se envolvam nestas discussões que são essenciais para o Brasil.
Fonte: APROCOCO BRASIL.